"No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento..."

(Mário Quintana)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Numa terça .. um fim de tarde .

  

 A luz do entardecer, tímida pelas frestas da janela, quis iluminar o quarto, quis invadir o nosso espaço, quis fazer parte do nosso espetáculo, mas não havia lugar, ao menos, para suportar tanto desejo. Era apenas eu e você na melhor forma de convivio.
  E o sol nos reverenciou  por ter mostrado o amor viceral antes que ele partisse. Na verdade, nem avisamos a ele qual vagão, o supremo iluminado, deveria entrar, depois do último ato.
 Eu esmago todos os teus defeitos, abraço todas tuas excentricidades, te coloco no avesso sem travesseiros, acaricio teus cabelos no meu leito, no meu seio que fede a tua pele. Ouço tuas juras, tímida e afogada no mar da tua voz. Disse que me amava e eu disse que também, disse que tatuará meu nome e terá um filho meu. Mal sabes que já está eternizado em mim.
  Se eu pudesse parar aquele momento, pararia. Se eu pudesse viver o infinito
te amando, te amaria. Se toda a semana fosse assim, eu não reclamaria. Mas foi num fim de tarde. Imprevisível. Foi o fim de nossas máguas, uma prévia maravilhosa do que o destino poderia nos oferecer.                                           

3 comentários:

  1. Intensidade mode on.

    "se eu pudesse viver o infinito
    te amando.. eu te amaria , se todos os dias fossem assim .. eu não reclamaria."

    Nem eu, mas enfim, Poderia, apenas poderia...

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  2. Flor, que texto avassalador!
    Lembrou-me um episódio muito importante pra mim, eternizado na memória.

    Parabéns pelo post!

    Bj.

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  3. Que coisa boa...adoro fins de tarde com essa cor e tom!* rs

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