Era sonho e você me beliscou. Era céu e você me alcançou. O problema é que eu te amo, mesmo com as marquinhas dos beliscões, mesmo sentindo meu corpo meditando no centro da Terra . Caminhando na tua areia movediça, deixo-me cair quando te olho e volto a superfície quando dispersa os olhos.
As interrogações roubam o papel de protagonista dos pontos finais na novela feita de frases que tento lhe escrever.
- O nosso amor basta .
- O nosso amor basta ?
Em resposta, escolho ficar no meio termo, em meio de tantos termos, preferindo o incerto. Meio precipício, desses que a gente mergulha de cabeça e olhos fechados, sem saber o ponto certo em que o crânio se partirá. A expectativa de conhecer a deliciosa certeza estranha de nós dois, que mais me motiva a pular do trampolim.
Mas se houver escuridão,acho que estarei ao teu lado,enxergando, com os olhos da alma, o futuro que nos há de vir ou nos dará adeus. E se ,por acaso, houver luz ,acho que ainda estarei de baixo do nosso cobertor, esperando o teu abraço e fazer moradia no teu peito e ,assim, fugir do clarear que provoca minha pupila.
Enquanto houver inexatidão, eu vou te amar por nosso jeito ser assim de natureza duvidosa. Acostumei com o medo do que é real e concreto, já que tu afastastes o chão de mim desde quando me abriu o primeiro sorriso .
Fico aqui, então , com nossas manias e carinhos, fico com o nosso cheiro,fico sentadinha no muro esperando vestígios teus no horinzonte. Fico com a certeza que é a incerteza de te amar. Fica tudo aqui entre mim e você, entre nós, entretanto a solidão. Entre tanto amor, entretanto a dúvida .